Redes Sociais: Entre a vitrine e o refúgio
Escolher quem fica é também escolher quem somos.
Desprender-se da bolha virtual é um ato de coragem. Sair da vitrine, cortar as amarras invisíveis e redescobrir o que realmente importa. A audiência vazia, os números inflados, o ruído incessante... nada disso preenche. Pelo contrário, é um eco constante de algo que muitas vezes não tem substância.
Ao limpar minha própria estrada digital, percebo que não se trata apenas de redes sociais. É sobre vida. Sobre conexões que fazem sentido. Sobre manter por perto apenas aquilo que pulsa de verdade. Porque, por muito tempo, fomos ensinados a medir relevância pela quantidade, e não pela qualidade. Fomos levados a crer que uma plateia cheia significa importância, quando, na verdade, o que vale é quem realmente escuta.
Não há nada de errado em desejar um perfil bombado, em querer compartilhar cada momento com o mundo e trilhar o caminho de quem escolhe a exposição. Mas também não há problema algum em desejar o contrário. Em buscar um espaço mais íntimo, em resguardar o que é precioso, em compartilhar apenas com aqueles que se alinham com os nossos pensamentos e propósitos. Não há certo ou errado, há apenas escolhas — e cada uma delas tem um preço.
O caminho de quem escolhe viver sob os holofotes é árduo. O brilho cega, a multidão consome, e muitas vezes a pessoa por trás da tela se perde tentando agradar um público que nunca está satisfeito. Mas o caminho de quem escolhe o recolhimento também exige coragem. Exige abrir mão da validação externa e confiar no valor daquilo que não precisa ser visto para existir.
Menos seguidores, mais significado. Menos barulho, mais essência. Porque, no fim, é no silêncio que a autenticidade fala mais alto. E é nesse silêncio que, finalmente, encontramos a nós mesmos.
Com amor,
Camila.