Entre o Google Meet e o apocalipse fúngico? eu escolho o Prosecco.
Fragmentos de lucidez entre uma aba aberta e outra esquecida
Outro dia eu estava em um briefing sobre meu novo livro.
Assunto sério, personagens perigosos, trama siciliana.
Mas ali estava eu, sendo ludibriada por uma aba do navegador.
Cliquei no link do Google Meet, ok.
Abri o documento, tudo certo.
Só que aí... cadê a tela da reunião?
Cadê as pessoas? Cadê eu?
Aparentemente, fui engolida por algum buraco negro entre o Pinterest e uma aba do Gmail de 2018.
A tecnologia me venceu.
Tentei manter a pose, aquela clássica cara de "está tudo sob controle" enquanto procurava desesperadamente o botão mágico do retorno. Não achei.
E aí me veio o pensamento:
Estamos em 2025.
Já se passaram 25 anos desde o bug do milênio.
E agora estamos exatamente no meio do caminho entre o ano 2000 e o ano 2050.
Mais perto do futuro do que do passado.
Eu, nascida em 1995, me dei conta que já vivi quase 30 anos.
Vi fita VHS virar meme.
Vi o MSN nascer e morrer.
Postei no Orkut, chorei no Tumblr, fui adolescente no Facebook.
Achei que 30 anos fosse muito, mas tô só começando a entender o que significa existir com leveza.
O que significa escrever uma história própria enquanto o mundo tenta te empurrar pras planilhas erradas.
Pensei:
Se fosse 2050, será que a IA me resgataria da aba errada?
Ou será que eu estaria numa caverna, combatendo fungos mutantes com um batom vencido e um copo personalizado do meu casamento civil?
Não sei.
Mas naquele momento, ali, entre um alt+tab e um colapso nervoso, tive clareza:
Eu sou uma jovem senhora. Confusa.Persistente.
Não sei onde tá a aba do Meet, mas sei onde tá o Prosecco.
E às vezes, isso basta.
Camila, autora de 37 abas, quase 30 anos vividos, e ainda aprendendo a salvar PDF com dignidade.
Abençoado Proseco 🥰😃😍🤣🌻🧡