A vida tem um talento especial para nos pegar de surpresa. Às vezes, tudo parece estar no lugar certo, e, de repente, você se vê recalculando, reavaliando e... mudando. O grande “plot twist” foi a maturidade que brotou, aquele toque de consciência que disse: “menos é mais”. E, cá entre nós, quem nunca teve aquela sensação de estar controlando tudo, até que algo dentro de nós nos lembra que, na verdade, o que mais importa é o que é simples, genuíno e essencial?
Faz pouco tempo que decidi mudar o rumo da minha vida digital, e, acredite, a piada é que nem percebi quando isso aconteceu. De um perfil cheio de seguidores e números que davam aquela sensação de validação instantânea, para um espaço mais privado, mais... meu. Sim, ao invés de viver de números, optei por viver de momentos reais, com menos “olhares” e mais verdade.
É engraçado como a vida e as redes sociais têm esse timing perfeito: ambas nos dizem para nos libertarmos da pressão do olho público, mas é claro, isso só acontece depois de já termos feito tudo errado e nos deixado levar pela maré. O que antes parecia ser o caminho mais fácil – acumular seguidores como quem coleciona figurinhas – agora virou um lembrete do que realmente não me serve mais, e só aprendi isso vendo o quão fútil é querer viver pros outros e não pra si. E no meio de memes, e reflexões meia-boca, fui aprendendo que, no fim das contas, a gente só aprende vivendo – ou melhor, errando feio e rindo de si mesma no processo.
Não, não estou dizendo que ter um perfil gigante é o problema. Se você é fã de métricas e se sente bem nessa vitrine, vai lá! Mas, para mim, a vida começou a ficar um pouco pesada sob essa ótica de ser visível o tempo todo. O que parecia ser um grande palco virou um lugar onde eu, muitas vezes, me sentia encurralada, tentando caber em um molde que não era o meu.
A mudança não foi dramática, mas foi verdadeira. Aquele desejo de mostrar tudo, de ser vista em cada detalhe, foi substituído por uma liberdade silenciosa. Agora, quando abro as portas do meu mundo para quem realmente importa, é porque escolhi que seria assim. Sem filtros. Sem pressa. Sem pressões.
E é engraçado, porque, se antes eu me sentia com pressa de ter tudo sob controle, hoje entendo que o grande truque da vida é justamente perceber que a graça está nos imprevistos. É no inesperado que a vida nos ensina a ser flexíveis, a mudar, a rir das situações e seguir em frente sem nos levarmos tão a sério.
Claro, é um equilíbrio, né? A gente até tenta manter o controle, mas no fim, parece que a vida sempre tem outro plano. E tudo bem. Porque, no fundo, a grande questão não é o que planejei ou o que deixei de fazer, mas o quanto estou aprendendo a pegar leve comigo mesma. E, sinceramente, talvez seja esse o segredo: dar risada do caminho tortuoso, sem tentar arrumar tudo no final.
A mudança faz parte da vida, e talvez, só talvez, as melhores mudanças não precisem ser anunciadas ou planejadas. Às vezes, basta se deixar levar, e perceber que a vida não está nas metas ou números. Está naqueles momentos em que simplesmente nos permitimos ser quem realmente somos. E se isso não é libertador, eu não sei o que mais poderia ser.
Com amor,
Camila.