A Jornada para a Autenticidade.
Reflexões sobre a busca pela autenticidade em um mundo virtual superficial.
Durante anos eu vivi mergulhada em uma bolha social, na busca constante por reconhecimento, engajamento e a aprovação dos outros. Como tantos, me deixei levar pela vitrine de hipocrisia das redes sociais, onde o que realmente importa fica em segundo plano e tudo é filtrado pela imagem idealizada do que se quer ser. Durante esse tempo, percebi que essa busca desenfreada por atenção não passava de uma tentativa de suprir algo que, no fundo, sempre esteve vazio.
Foi preciso estar chegando aos meus 30 anos para entender que nem todos que veem sua vida querem o seu bem. Que os números, os seguidores, os "likes" e os comentários não são um reflexo de quem você é de verdade, mas de uma máscara que você coloca para caber em um molde que nem sempre é o seu. E agora, ao olhar para trás, vejo como esse caminho foi sinuoso, cheio de incertezas e falsas promessas.
Mas, como tudo na vida, esse processo de autoconhecimento e de libertação leva tempo. Não é fácil cortar amarras que foram formadas ao longo de tantos anos. E muitas delas, eu sei, vão levar mais tempo para se dissolver. Ainda assim, estou começando a trilhar o meu caminho de volta para mim mesma, para a minha essência, e sinto um alívio imenso ao perceber que estou dando passos mais firmes na direção do que realmente importa.
Fechar meu perfil nas redes sociais foi um dos primeiros gestos de coragem, de quem decide abraçar sua própria privacidade e focar no crescimento pessoal, sem a pressão de ter que ser alguém para os outros. Hoje, mais do que nunca, eu entendo que o verdadeiro valor está em ser quem você é, sem a necessidade de agradar a todos ou de seguir os padrões impostos por uma sociedade cada vez mais superficial.
Se eu um dia me tornar uma grande autora, será incrível. Mas, se isso não acontecer, eu sei que o importante é o caminho que estou trilhando agora – um caminho de autenticidade e liberdade. De nada adianta o sucesso se ele não for vivido de maneira verdadeira e genuína.
Eu não tenho pressa. O tempo de agora é meu, e ele é o suficiente para crescer, aprender e, quem sabe, deixar algo de valor para o mundo, sem que eu precise me perder no processo.
A verdadeira liberdade está em nos libertarmos das amarras externas, para que possamos ouvir nossa própria voz e seguir nosso próprio caminho.
Já dizia uma vez uma autora que eu gosto muito chamada Camila Betarello Faria: ‘‘Posso perder tudo, só não posso me perder de mim.’’
Com amor,
Camila.